A Desescrita é Uma Saúde: Língua, Literatura e o Escritor Angolano por Manuel Rui

Nome do autor: 
BRUNO EMANUEL NASCIMENTO DE ARAUJO
Nome do orientador: 
MARIA DE FATIMA MAIA RIBEIRO
Banca: 
MARIA DE FATIMA MAIA RIBEIRO EVELINA DE CARVALHO SÁ HOISEL CARLOS AUGUSTO MAGALHAES
Resumo: 

O presente trabalho analisa nos textos críticos do escritor angolano Manuel Rui, apresentados em diversos congressos de literatura no Brasil e em Portugal, a proposição e composição do projeto estético-político denominado de desescrita, delineado pelo escritor como um modo de "pensar" e escrever o texto angolano enfrentando o julgo colonial e as suas sequelas, ressonâncias e resíduos. A desescrita idealizada por Manuel Rui é perpassada por ideis de reconstituições subjetivas, além de posicionamentos políticos e epistemológicos na relação texto-leitor-escritor, problematizando o uso da escrita de língua portuguesa no espeço literário angolano e o compromisso com novas formas de dizer para tornar legítima a sua posse. A desescrita foi denominada nesse trabalho como saúde, tomando de empréstimo a metáfora "A literatura é uma saúde" de Gilles Deleuze a fim de asseverar a importância social e subjetiva da proposta escritural. Ela é uma das estratégias, dentre muitas, de reescrever África no interior dos seus conflitos, atendendo a diversas demandas que se modificam e se reformam a cada momento. A discussão desse projeto literário evidencia que há sintomas deixados pela colonização e ainda pela concomitante globalização na consequente descolonização e construção nacional, implicadas pelos neocolonialismos em voga, a envolver os processos de criação da literatura angolana contemporânea, assentando-se em ações pertinentes ao movimento de ideias políticas, culturais e estéticas dos momentos em causa. Manuel Rui Monteiro é produtor de vários textos literários e culturais. entre eles poesias, romances, canções, além de hinos à nação angolana e à educação. A sua atuação como escritor é ativa e autorreflexiva, abrangendo diversas áreas da literatura como instituição, nos campos da produção, circulação e recepção, centrada em discursividade múltipla que, a par da criação propriamente literária da poesia e da narrativa de ficção, mobiliza continuamente os trânsitos com criticidade face à literatura e à cultura, aos mundos histórico-sociais angolanos e africanos e às relações geopolíticas e culturais entre países e continentes, com o foco em Angola e na África.

Textos críticos. Manuel Rui. Escrita. Desescrita. Língua-literatura angolana. Projeto estético-político.

 

Data: 
sexta-feira, 9 Maio, 2014 - 16:15